neuropsicologia, psicologia

A importância do tempo livre para brincar na Infância

Brincar: importante forma de comunicação infantil. É por meio deste ato que a criança aprende a reproduzir o seu cotidiano, o que possibilita seu processo de aprendizagem, pois facilita a construção de sua reflexão, autonomia e criatividade. O brincar apresenta papel fundamental para o desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo.

É necessário conscientizar pais, educadores e sociedade em geral sobre a importância da criança vivenciar a ludicidade: o brincar faz parte de uma aprendizagem prazerosa sobre estabelecer e seguir regras constituídas por si e pelo grupo, contribuindo na integração do indivíduo no mundo que o cerca. Deste modo, à criança estará resolvendo conflitos e hipóteses de conhecimento e, ao mesmo tempo, desenvolvendo a capacidade de compreender pontos de vista diferentes, de fazer-se entender e de demonstrar sua opinião em relação aos outros.

Perceber e incentivar a capacidade criadora das crianças é de grande importância, pois esta se constitui numa das formas de relacionamento e recriação do mundo, na perspectiva da lógica infantil. É por meio das brincadeiras e dos jogos que ela consegue extravasar suas tristezas e alegrias, angústias, entusiasmos, passividades e agressividades, envolvendo-se no jogo e nas partilhas, o que proporciona um auto-conhecimento assim como o conhecimento do outro. Além da interação que os jogos proporcionam, são fundamentais para o desenvolvimento dos aspectos cognitivos: memória, linguagem, atenção, concentração, percepção, além do desenvolvimento motor, psíquico e emocional.

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Vemos que a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade, mas principalmente na infância, na qual ela deve ser vivenciada, não apenas como diversão, mas com objetivo de desenvolver as potencialidades da criança. Em pesquisa (apresentada no vídeo de Michael Moore*) realizada na Finlândia, país cujo sistema educacional consta entre os melhores do ranking mundial, observou-se que o aumento do tempo livre destinado a brincadeiras foi um dos principais fatores para a melhora do desempenho escolar infantil. Uma carga horária educacional de muitas horas, além de causar uma baixa na produtividade escolar, ainda pode desmotivar os alunos para o ensino.

Hoje em dia, há uma sobrecarga de tarefas e responsabilidades infantis: além da escola, estão presentes os cursos de línguas, esportes, artes, música, gastronomia… entre outros de uma lista infinita. Embora favoreçam o desenvolvimento das crianças, quando em excesso, provocam a exaustão e retiram o tempo destinado a principal tarefa infantil… o brincar! A preservação do espaço para jogos e atividades lúdicas no cotidiano da criança é fator imprescindível, tornando mais fácil e dinâmico o processo de ensino e aprendizagem, tanto dentro da escola quanto no ambiente familiar.

Bibliografia

CARVALHO, A.M.C. et al. (Org.). Brincadeira e cultura: viajando pelo Brasil que brinca .São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992.

CRAIDY, Carmem Maria, org; KAERCHER, Gladis E., org. Educação infantil: pra que te quero?. Porto Alegre: Artmed, 2001.

KISHIMOTO, Tizuco Morchida. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. São Paulo: Cortez, 2002.

ZANLUCHI, Fernando Barroco. O brincar e o criar: as relações entre atividade lúdica, desenvolvimento da criatividade e Educação. Londrina: O autor, 2005.

*Vídeo sobre a educação na Finlândia: https://www.facebook.com/casadajoanna/videos/vb.678507628878466/1131400443589180/?type=2&theater

Raíssa Tebet Coelho Soares – Psicóloga Clínica, especialista em Neuropsicologia e Psicologia Hospitalar, com ênfase em acompanhamento Pré e Perinatal (HCFMUSP) – CRP 06/107484 

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(Neuro) Psicologia no dia a dia! Sejam bem-vindos

Olá!

Sejam bem-vindos a esse espaço onde poderemos conversar um pouco sobre questões de saúde mental, bem-estar e desenvolvimento emocional, tão importantes e, muitas vezes, deixadas de lado na correria de nosso dia a dia.

Como tema introdutório, optei por falar sobre a Avaliação Neuropsicológica, tema ainda desconhecido por muitos, de forma bastante didática.

 

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O que é e quando devo procurar ajuda profissional?

Trata-se de uma investigação aprofundada das funções cognitivas, sensoriais, motoras e sociais do indivíduo, com o objetivo de identificar algum comprometimento funcional neurológico, bem como as áreas que mantiveram-se preservadas. Para isto, realiza-se uma bateria de testes padronizados que analisam, detalhadamente, a relação entre comportamento e funcionamento cerebral, a fim de auxiliar no diagnóstico, na compreensão da extensão das perdas funcionais do indivíduo, estabelecendo tipos de intervenções específicas e desenvolvendo um plano de reabilitação.

A quem é indicado?

A avaliação neuropsicológica é indicada a pessoas de todas as idades.

Em crianças, comumente investigam-se alterações comportamentais, dificuldades na aprendizagem escolar, devido a vários fatores como problemas de atenção, concentração, compreensão, memória, leitura e planejamento, bem como dificuldades no relacionamento interpessoal.

Além destes, podem-se investigar casos de traumas, epilepsias, demências, depressão, doença de Parkinson, transtornos psiquiátricos, transtornos do desenvolvimento, déficit cognitivo pós acidente vascular cerebral (AVC), déficit cognitivo pós-tumores, déficit associado ao uso de drogas, entre outras doenças neurodegenerativas.

Qual sua aplicação e importância?

O diagnóstico precoce de algum distúrbio e do seu grau de evolução é de extrema importância para desenvolver um plano de reabilitação e garantir um bom prognóstico.

Uma vez identificado algum prejuízo funcional, pode-se contribuir para a inclusão social do indivíduo, por meio de novas estratégias para lidar com as limitações apresentadas e o desenvolvimento de suas potencialidades preservadas.

Espero que tenham gostado e aprendido alguns conceitos introdutórios sobre a Neuropsicologia, essa área do conhecimento tão nova e promissora.

Nos vemos no próximo post!

Raíssa Tebet Coelho Soares – Psicóloga e Neuropsicóloga (CRP 06/107484)